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quinta-feira, 10 de março de 2011

Mercado de tecnologia – o contra senso entre a falta de profissionais qualificados e a dificuldade na recolocação dos profissionais experientes com mais idade

Recentemente acompanhei duas visões conflitantes sobre um mesmo tema "a dificuldade na contratação de profissionais de TI qualificados" e o “desafio da recolocação dos profissionais experientes com mais idade".
Aí acho que estou fazendo a mesma pergunta que vocês, se temos déficit, por que o desafio para recolocação dos profissionais mais experientes?
Bem, na verdade precisamos analisar cada tema sob sua ótica específica e depois tentar chegar à conclusão.
Temos sim um desafio para achar profissionais qualificados, principalmente para a base da pirâmide das áreas mais técnicas, quero dizer os programadores, desenvolvedores e analistas iniciantes, e o desafio esta, principalmente relacionado a encontrar profissionais com conhecimentos em tecnologias pujantes como Java, os ERPs como SAP e Oracle ou BI entre outras e também tecnologias ainda em uso com bastante volume, principalmente no mercado financeiro, como as tecnologias Mainframe (Cobol, CICS e DB2). A capacidade de formação adequada de profissionais para suprir o mercado infelizmente é baixa, embora tenhamos todos os dias mais e mais cursos para essas áreas, mas o segredo aqui é a capacidade de formar adequadamente os profissionais, uma formação sólida e prática onde os profissionais possam exercitar de forma prática o conhecimento teórico, em nossa indústria não são suficientes apenas os conhecimentos teóricos, precisamos que os profissionais tenham vivência prática. Alguns números para ilustrar o desafio, o déficit estimado hoje pela Brascom é de aproximadamente 70.000 posições e o MEC apresentou uma estatística que os jovens Brasileiros tem uma preferência pela formação em áreas humanas, cerca de 70%. Sendo assim os cursos não formam em quantidade e em qualidade suficiente profissionais para suprir o mercado. Também vale ressaltar a ausência de profissionais com proficiência em inglês, já há muito tempo falar inglês não é mais um diferencial e sim um requisito mandatório, os jovens precisam buscar a fluência no idioma para poder concorrer a melhores posições e crescer em sua carreira de forma estruturada e constante.
Quanto aos profissionais com maior idade (faixa em média acima dos 45 anos) qual seria o desafio de recolocação neste mercado aquecido?
Sim, a reportagem da Computerworld (link abaixo no final desta publicação) tem razão em afirmar que a manutenção da atualização sobre tecnologia e especializações é muito importante, mas em minha opinião baseado na experiência de liderança de diversos grupos multidisciplinares, é que a questão da atitude é o ponto mais importante, há uma maior percepção que os profissionais mais jovens têm uma atitude mais pró-ativa e buscam de forma mais constante fazer mais e fazer melhor – são os chamados “geração Y” (vamos falar mais sobre eles por aqui), os profissionais mais experientes por vezes são taxados como "acomodados" e estabelecidos na zona de conforto, é um estereótipos que não gosto, sou partidário de que os indivíduos devem ser analisados como a palavra já diz individualmente, e não extrapolar para todo um grupo ou segmento. Mas é fato que alguns tem contribuído para esta percepção e taxação mais abrangente. O conselho aqui é que é preciso estar motivado e buscando contribuir constantemente, principalmente nas situações mais criticas ou complexas onde sua experiência e vivência podem fazer a diferença em apresentar uma solução ou um caminho que pode ser percebido com bons olhos pelos superiores e servir de referência para os mais novos, esse também um ponto importante, os profissionais iniciantes e menos experiência demandam uma supervisão e suporte dos profissionais com maior vivência e aqueles que o fazem motivadamente são também muito bem vistos. Um planejamento individual de carreira com marcos e metas também deve ser perseguido, onde o profissional estabelece planos de evolução e cria mecanismos de aferição de desempenho e atingimento destes objetivos. Vocês verão que por diversas vezes reforçarei que a carreira é um ativo que deve ser gerenciado por cada profissional, empresa nenhuma vai tomar conta da sua carreira, essa responsabilidade é nossa e desenvolver e valorizar nossa carreira cabe a nós através da execução de nosso plano, através de conhecimentos que vamos adquirindo, através de responsabilidades adicionais que vamos assumindo e experiências que vamos obtendo com nossa participação em projetos e assuntos de caráter mais complexo.
Terminaria reforçando que a questão aqui é a atitude – não basta esperar que o mercado reconheça sua capacidade ou se lamentar pela ausência de oportunidades, é importante ter atitude de se manter atualizado, motivado e se estabelecer como uma referência.
E vocês? Qual a sua opinião e que sugestões e dicas deixariam sobre esse tema?
Te vejo na próxima...

Links referência para esta publicação:
(Computerworld – 40 a 55 anos, experiência ou impedimento?)
 (Brascom – A Área de informática tem vagas sobrando no país)
(Brascom – 2011: Um ano de oportunidades)
http://www.brascom.org.br/brasscom/content/view/full/4875

5 comentários:

  1. Rodrigo, excelente post!
    Realmente a atitude é que vai fazer toda a diferença! Você disse tudo!
    Eu conheci pessoas começaram sem nenhum conhecimento, mas estudaram e se dedicaram, tiveram atitudes e hoje estão muito bem em suas carreiras, assim como também conheço pessoas que vivem sempre no mesmo lugar reclamando falta de oportunidade de crescimento.
    Eu acredito a carreira profissional depende de nós mesmo e não é só fazer cursos e mais curso é necessário buscar novos horizontes porque se temos um sonho profissional somente nós mesmos é que podemos alcançar com nosso esforço, dedicação e ATITUDE!!
    Adorei o post e estou anciosa esperando o próximo!

    abraços,
    Cidinha

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Rodrigo, parabéns pelo artigo! Concordo com o que disse e isso está acontecendo já faz algum tempo!!!
    Eu amo a minha profissão e faço parte dos dois lados: Profissional com idade avançada(66) e dando aulas particulares para a nova geração de profissionais Mainframe.
    Concordo com a Cidinha, quanto fala que com estudo, dedicação e atitude conseguimos adquirir o conhecimento e atingir os nossos objetivos, pois eu fui uma destas pessoas.
    Em 1975 tive a oportunidade de voltar a estudar, agarrei com unhas e dentes e não parei mais. Fiz o Ginásio, Colégio, Faculdade e consegui estágio como Programador em 1981 quando estava com 36 anos, casada e com dois filhos.
    Na época foi uma aventura e tanto, mas valeu a pena!!!
    No final da década de 90 as Faculdades tiraram as linguagens do Mainframe (Máquina, Assembler, Fortran, COBOL, PL/1, etc.) da grade curricular, e com o envelhecimento dos profissionais precisamos montar a base da pirâmide novamente.
    Precisamos mostrar para esta geração o quanto é importante saber aproveitar e valorizar as oportunidades que as empresas estão oferecendo, e que além da parte técnica temos que praticar outros valores como: Atitude, Relacionamento, Ética e principalmente o Comprometimento e a Responsabilidade!!!
    Neste momento estou comprando mais uma “Briga”, onde o meu objetivo principal é passar minha experiencia e conhecimento na área para os que querem aprender o meu querido e velho COBOL e fazer com a empresa receba um iniciante como eu gostaria de receber quando estava dentro da empresa.
    Quero ver o brilho nos olhos desta “garotada”, dando socos no ar e gritando quando o programa funcionou!!!
    Abraços e fico no aguardo do próximo artigo

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  4. Bacana, temos o exemplo da Cidinha iniciando e da Ignes, profissional fantastica, que esta formando esta nova geração. Vcs são excelente no que fazem, continuem por aqui enriquecendo este espaço com os seus comentários inteligente.

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  5. Rodrigo,

    A falta de profissionais qualificados se deve muito a falta de trabalho de base que na maioria das empresas se ‘extinguiu’ devido a maior facilidade em contratar profissionais ‘prontos’ formados pela minoria das empresas que ainda acredita no retorno que possa ter, mas caso não esteja aliado em um plano de carreira claro não seja possível, pois a maioria dos profissionais que formam a base da pirâmide (geração ‘Y’) tem ansiedade por cargos / salários mais elevados (degrau de carreira que o mercado com grandes programas propicia) e não se preocupa mais com a carreira dentro das empresas e evolução 'sadia', pois as metas não são claras, são extensas e sem plano de cargo & salários definidos.

    Em relação a alocação de profissionais mais experientes, foi comprovado em alguns projetos que participei que além de terem presença fundamental nas soluções técnicas, puderam fazer ‘coaching’, orientar e conseguir formar grandes profissionais da base da pirâmide que atuam em grandes empresas. Também existiram outros casos que profissionais se colocaram em posição estanque e sem iniciativa em assumir o papel e responsabilidade pelo qual foram contratados. Em minha opinião as empresas não deveriam ‘taxar’ a idade como fator preponderante e sim tratarem caso a caso de acordo com a sua importância.

    Abs.,

    Isac.

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